Se você está desenvolvendo um projeto científico, precisa de uma bússola. E essa bússola é a sua pergunta de pesquisa. Sem ela, todo o seu trabalho – da coleta de dados à análise – corre o risco de se tornar disperso, inconsistente e pouco relevante.
Uma pergunta de pesquisa bem formulada orienta cada passo do processo científico. Ela ajuda a definir o que observar, como medir, quais métodos empregar e que tipo de conclusão será possível tirar. Em outras palavras, ela é o ponto de partida que molda a trajetória do seu estudo.
O que torna uma boa pergunta de pesquisa?
- Especificidade: evite perguntas amplas e vagas. Em vez de perguntar “Como a tecnologia afeta a educação?”, pergunte “Como o uso de plataformas digitais impacta a aprendizagem de estudantes do ensino médio em aulas de matemática durante o ensino remoto?”
- Mensurabilidade: certifique-se de que é possível responder à pergunta com dados observáveis. Se não há como medir, não há como responder com rigor científico.
- Relevância: a pergunta deve dialogar com um problema real e contribuir para o avanço do conhecimento na área.
- Viabilidade: você tem os recursos, o tempo e o acesso aos dados necessários para respondê-la?
Como refinar sua pergunta?
- Comece com um tema de interesse e explore a literatura para identificar lacunas.
- Formule uma pergunta inicial e teste-a com colegas ou orientadores.
- Reescreva quantas vezes for necessário até que ela fique clara, objetiva e exequível.
Dica prática: tire alguns minutos para reler sua pergunta de pesquisa. Pergunte a si mesmo: “O que exatamente estou tentando responder?” Se a resposta ainda for vaga, é hora de lapidar.
Conclusão
Formular uma boa pergunta de pesquisa exige reflexão e clareza, mas o esforço vale a pena. Um estudo com uma pergunta bem definida é mais coeso, mais rigoroso e muito mais impactante. Afinal, como diz o ditado, “quem não sabe o que procura, não reconhece quando encontra”.
SIlvana B. Marchioro