Quando começamos uma revisão de literatura, é natural querermos nos atualizar com as pesquisas mais recentes. Novos artigos, novas abordagens, novas descobertas. Afinal, ciência é movimento. No entanto, existe um viés cognitivo silencioso que pode comprometer a profundidade da sua escrita científica: o preconceito do recente (recency bias).

Esse viés leva muitos pesquisadores a priorizarem de forma excessiva os estudos mais recentes, negligenciando obras clássicas ou artigos antigos altamente citados — justamente aqueles que lançaram as bases teóricas e metodológicas da sua área.

Por que isso é um problema?

Pesquisas antigas frequentemente oferecem o contexto histórico e conceitual essencial para compreender o desenvolvimento do seu tema. Elas mostram de onde viemos, como as ideias foram construídas e por que certos paradigmas foram mantidos ou superados.

Ignorar esse alicerce pode dar à sua revisão de literatura uma aparência rasa, como se ela estivesse desconectada da trajetória do campo. Além disso, você pode acabar repetindo ideias já discutidas, ou deixando passar debates cruciais que continuam relevantes.

O equilíbrio é a chave

Uma boa revisão de literatura não é uma lista de tudo que foi publicado recentemente. Ela é uma narrativa analítica que mostra como o conhecimento se construiu ao longo do tempo. E, para isso, você precisa combinar:

  • Profundidade histórica: reconhecendo os marcos que moldaram seu campo.
  • Atualidade: apresentando os avanços e lacunas mais recentes.

Essa combinação revela maturidade acadêmica e fortalece sua posição como pesquisador.

Lembre-se: escrever ciência com eficácia não é apenas relatar o novo, mas saber contextualizar, criticar e contribuir para um debate contínuo.

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Silvana B. Marchioro