Por mais que a imagem do pesquisador solitário em frente ao computador ainda seja comum, a verdade é que os maiores avanços científicos surgem da colaboração. Cada congresso, missão internacional ou reunião de grupo de pesquisa é uma oportunidade de criar laços que podem durar para além de um projeto — e até mesmo uma vida inteira.
Networking não é só trocar cartões
Muitos associam networking a um gesto quase automático: entregar um cartão de visitas ou adicionar alguém no LinkedIn. Mas, na academia, construir conexões vai muito além disso. Networking é compartilhar ideias, trocar experiências, aprender com o outro e, principalmente, manter o diálogo aberto.
Foi exatamente isso que vivi em minha experiência recente na
. Durante uma missão acadêmica, visitei o laboratório de um antigo colega de doutorado. O encontro foi muito mais do que uma visita técnica: foi a prova de que relações construídas anos atrás, no doutorado, ainda abrem portas e criam oportunidades. Conversamos sobre novos projetos, trocamos impressões sobre metodologias e já saímos com planos de cooperação futura.
Conexões que resistem ao tempo
As colaborações mais valiosas, muitas vezes, não terminam com a defesa da dissertação ou da tese. Ao contrário: podem florescer justamente depois. Trabalhos conjuntos que começaram durante o mestrado e doutorado continuam se desdobrando em novos artigos, projetos e até missões internacionais. É um lembrete de que cada pessoa que conhecemos na trajetória acadêmica pode, em algum momento, se tornar uma parceira-chave no futuro.
Onde as conexões acontecem?
As oportunidades de networking acadêmico estão em todos os lugares:
- Congressos e eventos científicos: espaços ideais para conhecer pessoas da sua área e ficar por dentro do que está sendo pesquisado.
- Grupos de pesquisa: reuniões e colaborações internas são momentos de aprendizado e construção de confiança.
- Missões e intercâmbios internacionais: além de conhecer novas metodologias, você amplia sua visão de mundo.
- Atividades informais: um café depois da palestra, um almoço com colegas ou até uma conversa de corredor podem render conexões valiosas.
Como cultivar essas relações?
O segredo do networking acadêmico é a autenticidade. Não se trata de colecionar contatos, mas de criar relações genuínas:
- Mostre interesse verdadeiro no trabalho do outro.
- Compartilhe suas próprias ideias de forma clara e aberta.
- Seja generoso com informações, dicas e referências.
- Mantenha contato, mesmo depois que o evento ou projeto acabar.
Por que isso importa?
Construir uma boa rede de contatos não é apenas estratégico para a carreira — é também uma forma de tornar a ciência mais colaborativa e humana. Quanto mais pontes você constrói, mais oportunidades surgem: parcerias de pesquisa, publicações conjuntas, convites para projetos e, sobretudo, aprendizados que nenhuma disciplina formal consegue oferecer.
Minha experiência mostrou isso na prática: portas abertas no passado se transformam em caminhos para o futuro. E é essa rede que fortalece não apenas nossas pesquisas, mas também nossa motivação e senso de pertencimento à comunidade científica.
💡 Reflexão: quem foi a pessoa mais inesperada que você conheceu e que marcou a sua trajetória acadêmica?
Silvana B.Marchioro
