Muitas descobertas brilhantes ficaram esquecidas porque não foram bem comunicadas.

Na ciência, não basta ter boas ideias — é preciso saber apresentá-las de forma clara, lógica e convincente. Como disse o médico canadense Sir William Osler, “o crédito vai para quem convence o mundo, não para quem teve a ideia primeiro”.

A escrita científica é a ponte entre a descoberta e o reconhecimento. É por meio dela que tornamos nossas ideias compreensíveis, verificáveis e, acima de tudo, acessíveis à comunidade científica. Um artigo bem escrito não é apenas uma exigência editorial; ele é o veículo que transforma o esforço de meses (ou anos) de pesquisa em conhecimento que pode ser compartilhado e aplicado.

Escrever bem é, portanto, um ato de generosidade intelectual.

Quando organizamos nossas ideias com clareza, quando argumentamos com lógica e quando apresentamos resultados com honestidade, a ciência avança de forma colaborativa e transparente.

Por outro lado, quando um trabalho é mal escrito — confuso, desorganizado ou excessivamente técnico —, as ideias se perdem, o impacto se reduz e a contribuição científica pode passar despercebida.

👉 Escrever bem é parte da competência científica.

Assim como dominamos técnicas laboratoriais e métodos analíticos, precisamos dominar a arte de comunicar descobertas. Uma boa escrita transforma dados em argumentos, resultados em evidências e ideias em conhecimento que convence o mundo.

💡 Reflexão:

Qual foi a última vez que você revisou seu texto científico pensando não só em informar, mas em convencer?


Silvana B. Marchioro