Você já parou para pensar que um artigo científico pode ser comparado a uma ampulheta? Assim como o formato da ampulheta, os artigos científicos começam amplos, estreitam-se no meio e se expandem novamente no final. Portanto, além da estrutura IMRaD (Introdução, Métodos, Resultados e Discussão), que já discutimos em posts anteriores, essa "movimentação" das ideias é fundamental na elaboração de um bom artigo.
Introdução: A Parte Superior da Ampulheta
No topo da ampulheta, temos a Introdução. Ela começa com uma visão geral do tema de pesquisa, abordando os aspectos mais amplos e situando o leitor no contexto geral. Gradualmente, o foco se afunila para o nicho específico do estudo e, finalmente, para o problema que você pretende resolver. A introdução deve concluir com a formulação de hipóteses (quando aplicável) e/ou com a apresentação clara do objetivo do estudo.
Métodos e Resultados: O Gargalo da Ampulheta
O gargalo da ampulheta, a parte mais estreita, corresponde às seções de Métodos e Resultados. Aqui, o texto se torna mais focado, técnico e descritivo. Essas seções detalham, de forma objetiva, o que foi feito e o que foi encontrado, sem espaço para interpretações ou discussões. Não é à toa que muitos cientistas consideram essas as seções mais fáceis de escrever — elas seguem um formato claro e direto, sem necessidade de expandir a análise.
Discussão: A Parte Inferior da Ampulheta
A Discussão ocupa a parte inferior da ampulheta. Nessa seção, você retoma o problema abordado na introdução e reflete sobre as principais descobertas do estudo. A partir daí, o texto começa a se expandir novamente, interpretando os resultados à luz de pesquisas anteriores. É o momento de contextualizar suas descobertas no cenário mais amplo da investigação científica. Ao final, a discussão deve concluir com uma visão geral, destacando a contribuição do estudo para o campo de pesquisa, fechando o ciclo de forma ampla, assim como no início. Portanto, não esqueça da ampulheta na hora de escrever seu artigo!
Silvana B. Marchioro